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Murray e Thiem: há dilema sobre a hora de parar?

Andy Murray e Dominic Thiem foram campeões de Grand Slam. O britânico foi além, chegou a número 1 do mundo e venceu três Majors. O austríaco, por sua vez, bateu na trave algumas vezes antes de ganhar o US Open em 2020. Com a concorrência do Big 3, não conseguiu chegar ao topo do ranking, mas esteve perto, no top 3.


Contudo, as lesões atingiram ambos. Os dois ficaram parados, Andy até chegou a anunciar aposentadoria, antes de voltar a jogar após cirurgia no quadril.


Para eles, os últimos anos não foram fáceis. Perderam mais jogos do que estavam acostumados, ficaram em posições abaixo no ranking, precisaram de convites ou quali para jogar grandes torneios.


Nesta semana, a trajetória de ambos se reaproximou por um tema em comum: a hora de parar.


Thiem deu entrevista ao jornal austríaco Kronen Zeitung e admitiu que, se não conseguir recuperar ranking, os próximos tempos podem ser “sua última chance”. Segundo Dominic, é preciso ver se vale a pena seguir se os resultados não melhorarem.


Murray, por sua vez, publicou em suas redes sociais frisando que seguirá lutando para ter as performances que “sabe que pode ter” no circuito. Mas o próprio Andy, após a eliminação no Australian Open, não descartou que fosse sua última vez em Melbourne.


Pela história de Murray, sabe-se que desistir não é uma opção. Quando parar, será por decisão própria e por saber que, de fato, não há mais o que fazer.

Os casos de Murray e Thiem também se diferem em relação à idade. O britânico fará 37 anos em maio, enquanto o austríaco completa 31 em setembro. Uma diferença considerável; ao mesmo tempo, mostra como, às vezes, discutimos questões físicas e etárias, mas ignoramos o fator mental.


Ambos não necessitam provar nada, são campeões, assim como não precisam do dinheiro. Contudo, há coisas que eles realmente precisam: lutar, sentir que podem estar lá, acreditar.


Isso é belo no esporte. Os sacrifícios físicos são imensos, mas, muitas vezes, são os sacrifícios mentais que definem o rumo.


Por isso, quando decretamos o fim de uma carreira porque “fulano não consegue mais”, precisamos parar e pensar: será que não consegue? Mais ainda: o que é conseguir? Voltar a ser número 1? Não existe um caminho em que o tenista se satisfaça em quadra por estar fazendo o que gosta, sem necessariamente achar que vai ganhar um Slam de novo?


Será que temos o direito de opinar sobre uma luta tão interna como é a luta mental de um atleta?


Que Murray e Thiem fiquem em quadra enquanto acharem válido. Dez derrotas seguidas não tiram um título de Slam. Se acharem que devem seguir competindo, que sigam. Se definirem que é hora de parar, vai nos restar aplaudir a carreira de ambos.


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