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Rivais cuida bem do tênis e entrega boa experiência para os fãs no cinema

Atualizado: 2 de jun.


Postêr do filme Rivais

Estreou nos cinemas nas últimas semanas o filme Rivais (Challengers, no original em inglês). A história, protagonizada por Zendaya, Mike Faist e Josh O'Connor, e dirigida por Luca Guadagnino, entrega uma boa experiência para o fã de tênis.


O texto aqui não será uma grande análise cinematográfica, até porque não é a especialidade da casa. Mas, olhando como um fã de tênis, Rivais agradou. E mais: lendo algumas críticas de especialistas, muitos acreditam até em possibilidade de prêmios.


A produção investiu pesado no marketing. Os atores principais foram a torneios e participaram de uma divulgação bem feita. Com certeza, os fãs já sabiam da existência do filme, o que já gerou uma expectativa maior.


Ao mesmo tempo, sendo uma grande produção com uma estrela do cinema atual, como Zendaya, Rivais também não deve ter problemas em chamar a atenção do público geral. O que, no fim, também é bom para o tênis.


Alguns aspectos mostram que os produtores do filme deram atenção ao esporte em si. O filme tem detalhes que mostram um certo grau de aprofundamento na estrutura da modalidade. Obviamente, o objetivo não é ser um documentário explicando como funciona o circuito, mas o cuidado nos detalhes faz diferença.

Em uma sinopse rápida, o filme trata de um triângulo amoroso no mundo do tênis. Tashi Duncan (Zendaya), Art Donaldson (Faist) e Patrick Zweig (O'Connor) se conhecem quando ainda são juvenis, e logo começam os relacionamentos. Com muitas idas e vindas, as relações do trio são exploradas de forma interessante, com brigas, paixão e, claro, o tênis como uma parte relevante, desde a contextualização até os próprios diálogos entre os personagens.


Logo nas primeiras cenas, o filme parece entregar qual foi o resultado final do tal triângulo, justamente em uma partida entre Art e Patrick, na final de um Challenger nos Estados Unidos. Mas, com flashbacks ao longo da história, fica claro que nem tudo é o que parece.


Voltando aos aspectos tenísticos, o primeiro ponto que agrada é uma boa contextualização dos personagens. Todos eles têm caminhos factíveis com o que vemos no tênis.


Art é um grande campeão, que está voltando de lesão em busca de confiança; Patrick é um tenista de talento, bom juvenil, mas que não embalou como poderia no profissional e sofre para se manter no circuito, já na casa dos 30 anos. Tashi é a jovem prodígio que, por conta de lesão grave no joelho, acabou perdendo uma carreira promissora, mas seguiu envolvida no esporte.


O filme também passa pela escolha de ir ao tênis universitário ou de jogar no circuito profissional logo aos 18 anos, e a personalidade dos protagonistas tem muito a ver com a escolha de cada um deles.


Além disso, há detalhes estéticos bem interessantes, que podem parecer pequenos, mas para um fanático por tênis (como nós) chama a atenção. Em um flashback de 2011, por exemplo, Art está no ATP 250 de Atlanta. O logo da ATP corresponde ao usado naquela época, ainda que tenha sido renovado depois. Seria muito fácil a produção não se atentar a isso e usar o logo atual para um evento de 2011. Detalhe que não muda a história, mas dá credibilidade.


O mesmo vale para a ambientação do US Open juvenil de 2006, evento no qual a história entre o trio começa. Os logos, do torneio e da USTA, além do placar eletrônico e tudo mais, coloca o fã de volta no Slam norte-americano daquele ano.


Em um detalhe mais técnico, em uma das cenas Tashi mostra o perfil de um torneio para Art e o layout no celular dela é o mesmo do app da ATP quando entramos para procurar por um evento. E, por fim, isso vale também para o layout da chave do torneio, entregue em um papel para Patrick quando ele chega ao torneio Challenger que disputará.



E, por fim, é possível citar os próprios uniformes e patrocínios dos tenistas. O grande campeão usa Uniqlo e tênis da On (Roger Federer, é você?), além de ter um banner de marca de carros estampado na cidade. Enquanto isso, Zweig veste a camiseta que não combina com o shorts, sem marcas. Como a enorme maioria dos tenistas nos Challengers e ITFs. De novo, pode parecer só um detalhe, mas traz credibilidade, principalmente para o fã de tênis que estiver assistindo.


Se há algo um pouco fora da realidade, mas o que é natural devido à complexidade de filmagem destas tomadas, são as cenas em que há troca de bolas entre os tenistas. O movimento de saque até é bem feito, mas a velocidade do jogo é acelerada demais quando comparada ao jogo real.


Contudo, isso pode ser uma escolha da direção, para dar uma cara mais dinâmica e até "raivosa" ao jogo, porque os relacionamentos do trio têm bases também no ódio e isso fica bem escancarado nas boas atuação individuais dos atores. As mudanças de ângulo das câmeras também dão um toque mais acelerado ao jogo.


No fim das contas, Rivais é um bom filme de tênis, porque consegue explorar bem o objetivo principal da produção, que é contar a história do trio, mas sem usar o esporte apenas como um pano de fundo. O tênis é protagonista, e isso, para os fãs, é legal de ver, ainda mais com detalhes bem trabalhados.


Para quem quer ver tênis, Rivais entrega um bom entretenimento. Para quem gosta de cinema, também. Parece um pacote interessante, capaz até de, de repente, trazer um olhar diferente e uma proximidade maior para quem não acompanha tanto o esporte.

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